O Sínodo para Amazônia continua!

em 16 de outubro de 2019 por MAGIS Brasil

Acompanhe as principais discussões da primeira semana de trabalhos.

Nesses primeiros dias, muitos temas foram abordados nas Congregações Gerais e nos círculos menores que vêm ocorrendo na Cidade do Vaticano. Dada a riqueza de opiniões que surge nesse contexto, o Sínodo se apresenta como um espaço para discernimento comunitário à luz da oração.

Dom Armando Martin Gutiérrez, bispo de Bacabal – MA, afirma que a experiência que estão fazendo é realmente uma experiência sinodal, no sentido de caminhar juntos. Ele partilha que tem sido “sobretudo uma experiência de escuta, de partilha, de conhecer melhor a realidade […] Através das escutas do Pré-Sínodo e agora, nos diálogos nos grupos e nas intervenções estamos conhecendo melhor, no caso, para depois podermos tomar decisões mais adequadas com novos caminhos de evangelização”.

Uma das temáticas latentes nas discussões tem sido a reflexão sobre celibato e sacerdócio, principalmente no que tange à proposta dos viri probati, que traz a possibilidade de ordenação sacerdotal de homens adultos casados. Nessa questão, como em outras abordadas pelos bispos sinodais, existem nuances e também posições diferentes. O que é unânime é o reconhecimento de que há uma demanda de sacerdotes em relação à amplitude do território e procura-se uma resposta. O desejo é uma presença permanente e não apenas de visita em comunidades onde não há pessoas que possam celebrar a Eucaristia.

Outros temas que também apareceram foram: a presença da mulher na Igreja, com o pedido de maior responsabilidade pastoral e participação feminina efetiva, também no âmbito da decisão, além de ser suscitado um discernimento para a instrução do diaconato feminino na região; a face indígena da vida religiosa, com destaque à necessidade de atentar-se aos sofrimentos vividos pelos povos indígenas e de reconhecer que Cristo já vive no povo a ser evangelizado; a formação permanente de leigos e o catecumenato por Igreja em saída, reforçando o convite a sair das nossas estruturas e perspectivas; e a contribuição no âmbito internacional que o Sínodo possui, com a certeza de que gerará frutos que serão úteis para a Igreja presente no mundo inteiro.

Sobre esta primeira semana, o bispo de Rondonópolis–Guiratinga – MT, Dom Juventino Kestering, faz uma avaliação muito positiva. Ele diz que “a pluralidade de opiniões, de propostas, enriqueceram nosso conhecimento da realidade da Pan-Amazônia. Agora nós já estamos em condição, no final dessa primeira semana, de ver alguns pontos mais significativos para a continuidade dos nossos trabalhos”.

Sigamos acompanhando as discussões e em sintonia através da oração para que esses novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral, que estão sendo identificados pelo Sínodo, sejam iluminados pelo Espírito para que todos nós, mas de modo muito especial, os povos da Amazônia, possamos ter vida e vida em abundância (Jo 10, 10).